Dica musical da semana - Rods

Meu querido amigo e sócio, Van Gabri, já postou sobre o último disco do super grupo Metallica, o Death Magnetic, desse ano. O disco representa o ânimo e a atmosfera da banda, que por sinal vai muito bem.
Acontece que nem tudo foram flores na história do Metallica...
Desde a morte do lendário baixista, Cliff Burton, em 1986, a banda mergulhou numa crise que só acabou em 2003, com o lançamento de St. Anger, a dica musical de hoje.



Álbum: St. Anger
Banda: Metallica
Ano de lançamento: 2003
Minha faixa favorita: St. Anger





Isso não é um disco. Não era uma banda. Muito menos eram canções. St. Anger foi na verdade um desabafo. E que desabafo. Desde a entrada do baixista Jason Newsted, em 86, três semanas após o falecimento de Cliff Burton, o Metallica viveu em conflito interno devido a vários motivos que não merecem realmente serem comentados por agora. O que vale ser falado aqui é que devido a tais conflitos, os álbuns lançados entre 1986 e 2000 têm o baixo simplesmente inaudível. O que James Hetfield, Kirk Hammed e Lars Ulrich gravaram com a ajuda de Bob Rock como baixista, uma vez que o Metallica não contava com um integrante fixo para o instrumento, foi a materialização de toda a raiva e rancor guardados de Jason Newsted, que deixou o grupo em 2001. Isso é confirmado em todas as faixas de St. Anger, mas principalmente na segunda faixa, que leva o mesmo nome do disco. Abaixo, um trecho da letra:


"I'm madly anger with you!
I'm madly anger with you!
I'm madly anger with you!
I'm madly anger with you!

And I want, my anger to be healthy!
And I want, my anger just for me!
And I need, my anger not to control!
And I want, my anger to be me!

Yeah, I need to set my anger free!
And I need to set my anger free!
And I need to set my anger free!
And I need to set my anger free!

Set it free!"


Não há um só verso que não seja pelo menos uma indireta nada discreta contra o ex-baixista. E claro, isso interferiu na sonoridade do Metallica. Nesse disco não há solos, James Hetfield, com seus vocais forçados no disco inteiro, não canta. Grita. Foi adicionado o efeito da "aço-auscultação" à caixa da bateria de Lars, isso fez com que, literalmente, o som da caixa parecesse com algo próximo do barulho emitido por uma lata de aço. Esses artifícios e as guitarras mais pesadas do que nunca fizeram com que os fãs e a crítica ficassem, de certa maneira, assustados com o disco. O que contou alguns pontos negativos para St. Anger. Mas voltou ao Metallica algo que não se via, ou melhor, não se ouvia há até então 17 anos nos lançamentos da banda: o baixo. Só isso, compensa qualquer possível erro na gravação e produção do CD de 2003. Apesar de tantas mudanças e problemas que estão em volta de St. Anger, esse é um disco que merece ser ouvido e, sem dúvida, é um dos melhores discos de thrash metal da década.


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