domingo, 10 de outubro de 2010

Poesia também é legal. Legal no sentido de bacana mesmo.

Fazer poesia também pode ser engraçado. É bem verdade: dor-de-cotovelo, por exemplo, é difícil. Tentação para nos fazer desviarmos do verdadeiro sentido da poesia é o que não falta.
Poesia é a palavra por ela mesma, e ao mesmo tempo - desculpem-me os que não viram isso na escola, essa postagem é um exemplar único da espécie, não estou aqui para isso - longe de ser uma babaquice parnasiana digna de ser considerada pela arrogância de um Olavo Bilac.

Em suma, poesia é expressão. Tudo o que se faz em busca da melhoria de si mesmo é válido desde que não seja feito de maneira a descarregar sentimentos vulgares, isto já é desenecessário. Separe bem diários adolescentes de jogos lúdicos com o vasto vocabulário da língua portugesa.

Fico cansado de ver quem rima coração sem ter cabimento! O que dizer sobre as pessoas que escrevem tudo utilizando as "segundas pessoas" tu e vós, só pra ficar "mais bonito"? Digno de um emoticom do M. Solano expressando reprovação ou desapontamento. Por favor!

Não é nada demais, juro. Só precisava fazer essa explicação por aqui para me sentir tranquilo quanto ao fato de me arriscar nos versos da vida, sabendo que alguns leitores estão informados sobre tal. E como eu sou daqueles que mata a cobra e mostra o bastão, deixo um exemplos de poemas "livres" de rótulos. Apenas são poemas.


Razão poética utópica

Penso poesia.
Queria que ela me pensasse.
Penso poesia: poesia tenho.
Poesia me pensasse: poesia eu seria.


Ai-cai

O coração tem razões
que até a própria razão desconhece.
Sofrer por isso, quem merece?


Temportempo

Dar tempo ao tempo é saber
que só o tempo manda no tempo.
É assim quando estamos acordados,
quando dormimos, quando morremos,
quando gozamos, quando choramos,
quando comemos, quando pensamos
sobre o tempo e quando não pensamos.
É assim o tempo todo, essa coisa
do tempo se conhecer tão bem,
a ponto de não precisar de mais ninguém.

- Mas todo mundo precisa dele.


Trânsito pulsante

Trânsito parado
na
avenida aórtica.
Semáforo ventricular,
glóbulos motoristas,
derrame lá na frente
e um trombo no caminho,
fazendo fila dupla
em plena Praça Infarto.


Avulsa

Feliz pela metade
Pela meia bondade.
Triste em totalidade
Pela toda verdade.


Morro

Tava no alto do morro, mas desci.
Deixei lá um copo com veneno.
Quem tomou, morreu.
Morri.


Em outras palavras, gostaria de deixar claro que poesia não é para ser (apenas) um monte de reflexões sérias sobre os ápices que acontecem a cada sete meses na vida de quem escreve. Poesia pode ser cotiadiano. Esgoto, menina bonita na rua ou pomba na árvore.
É isso. Prometo melhorar as próximas postagens (sim, farei mais delas) e NÃO ESQUECI DO VÍDEO que prometi fazer para a Parça Associados. Até mais ver. :)

2 comentários:

Anônimo disse...

"Ai-cai" é emotivo demais, Rods.
Dá cá um abs -hug AOEIOAIAEOIAE

Milena. disse...

nossa, pensei que essa postagem fosse de Gabri, RS /eu

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